
Quando Larissa Pimenta foi pré-convocada para a equipe de judô do Brasil nos Jogos Olímpicos Paris 2024, ela foi enfática: “estava e estou fazendo um trabalho muito forte, me dedicando bastante, então acho que mereço estar nesse lugar”, comentou ao Olympics.com. Agora, ela quer provar que também merece alcançar uma medalha Olímpica.
Aos 25 anos, a brasileira se prepara para sua segunda edição Olímpica. Se em Tóquio 2020 ela entrou como uma das surpresas da delegação ao desbancar Sarah Menezes, campeã Olímpica em Londres 2012, agora a situação mudou. Larissa é um dos nomes mais conhecidos e regulares da equipe feminina do Brasil.
Nos dois Mundiais de Judô que competiu neste ciclo (2022 e 2024), a atleta chegou à repescagem e terminou na sétima posição. Foram duas medalhas em Grand Slam (bronze em Tel Aviv 2023 e prata em Astana 2024), além de mais três etapas em que lutou pelo bronze – incluindo os fortíssimos torneios de Tóquio e Paris, ambos em 2023.
Larissa Pimenta também é a atual tetracampeã do Campeonato Pan-Americano e Oceania e medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos 2023, reforçando sua hegemonia continental. É um desempenho que sempre a deixou entre as dez primeiras do ranking internacional da modalidade e que a faz sonhar com um bom resultado em Paris 2024.
“Não sou o tipo de atleta que vai para participar. Sei que tenho condições de trazer uma medalha para mim, para nós”, afirmou. “É muito gratificante estar lá, mas estar nos Jogos não foi suficiente para mim, quando você tem a sensação de que tem condições reais de trazer uma medalha”, prosseguiu.
APÓS ALTOS E BAIXOS, LARISSA PIMENTA BUSCA ‘REVANCHE’ CONTRA ABE UTA.
Se hoje Larissa Pimenta sonha com a medalha Olímpica em Paris 2024, há pouco mais de um ano ela passou por um grande período de incertezas. Após o pódio no Grand Slam de Tel Aviv em fevereiro de 2023, ela sofreu uma lesão e precisou passar por uma cirurgia (a primeira de sua carreira) que a fez perder a disputa do Mundial da modalidade naquele ano.
A judoca brasileira retornou em agosto do mesmo ano, mas os quatro meses em que ficou afastada dos tatames foram difíceis. “Emocionalmente, eu me vi no fundo do poço, muito vulnerável, sabe? Eu nunca tinha sentido essa vulnerabilidade antes”, comentou.
A volta por cima só foi possível com o apoio da equipe da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e do seu clube, Pinheiros, onde é treinada por Leandro Guilheiro, dono de duas medalhas Olímpicas (Atenas 2004 e Beijing 2008).
Totalmente recuperada, agora ela sonha com uma ‘revanche’ contra a japonesa Abe Uta, que a derrotou na segunda rodada dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Atual campeã Olímpica e tetracampeã mundial, a atleta não perde uma luta em competição individual desde novembro de 2019, quando foi derrotada na final do Grand Slam de Osaka.
“Eu tenho muita esperança, expectativa de que eu posso ganhar dela. Eu já tive lutas muito boas com ela. Eu não tenho dúvida, eu joguei, e acho que ela sabe também quem eu sou. E isso é satisfatório: poder lutar com ela e enfrentá-la de igual para igual”.
Fonte: Olympics